9.20.2012

David Fonseca, Seasons: Rising



Uma lufada de ar fresco aconchegante, tal como se espera nas primeiras manhãs de Primavera. Ameno mas com um toque electrizante. Assim é Rising, o disco que David Fonseca lançou em Março passado e que representa a primeira metade de “um ano de vida em canções”.

O dono deste trabalho é um David mais arrojado que pegou em tudo aquilo que  tem andado a experimentar nos últimos discos, misturou isso mesmo e melhorou.

Que sempre gostou de experimentações com variados instrumentos e objectos musicais não é novidade, mas este é sem dúvida um David muito mais “eléctrico”, enérgico e vivo. Da primeira à última faixa.

Agora, as suas músicas estão mais longe de êxitos como “Someone That Cannot Love” em termos melódicos (não necessariamente nas letras ou sentidos) do que poderíamos imaginar há alguns anos atrás.

O single da primeira parte de Seasons, “What Life Is For”, já deixava prever algo assim, mas também não seria a primeira vez que um single mais mexido não correspondia a um disco com a mesma energia no seu todo.

Em Rising, “Armageddon” ou “Go Dance All Night” são músicas que nos deixam a pensar duas vezes  se estaremos mesmo a falar do antigo vocalista dos extintos Silence 4. And in a good way.

Amanhã, 21 de Setembro, dia em que nos chega o Outono, sai a segunda metade de Seasons: Falling.
Esperemos que pelo menos parte deste David – que nos faz sentir a música de maneira forte e apaixonada sem cair na melancolia ou em atmosferas demasiado saudosistas – lá esteja também.

7.07.2012

May I sugest: Woody Allen no Nimas




Se há coisa muito boa que este Verão (por muito tímido que esteja a ser) nos traz, é o ciclo de filmes de Woody Allen em Lisboa. Na verdade, o mérito recai sobre o Espaço Nimas, que vai servir de palco, durante Julho e Agosto, para a projecção de 15 obras do cineasta.

Este ciclo vai contar com clássicos como "Balas sobre a Broadway" ou "A maldição do Escorpião de Jade", mas também com sucessos mais recentes como "Vicky Cristina Barcelona" e "Meia noite em Paris". O bilhete para cada sessão tem o custo de 4 euros.

E já que o tempo mal nos chama  para a praia, nada (ou muito pouco) nos vai fazer pensar duas vezes quanto a dar ou não um saltinho até ao cinema da Av. 5 de Outubro.

3.02.2012

Infusão


Entre o Largo do Carmo e o Teatro da Trindade, há um recanto que tanto satisfaz os mais gulosos, como os que simplesmente procuram uma lugar confortável. O Infusão é um café simples e despretensioso, que sem grandes ou detalhadas decorações consegue ter um ambiente agradável e casual, que nos faz estar lá tardes inteiras sem darmos pelo tempo passar.

Nos menus escritos a giz em ardósia encontramos bons capuccinos, deliciosas limonadas (à base de gengibre ou hortelã), o inFUcháSÃO (o chá da casa, que figura ao lado de muitos outros tantos) e ainda alguns petiscos.
Mas o Infusão é, essencialmente, uma crêperie. Ou seja, por outras palavras, um verdadeiro antro da arte de fazer crepes. Desde os salgados aos doces, confeccionados com farinha biológica e de trigo (respectivamente) e com base numa receita original francesa, a variedade de ingredientes é mais do que muita. Cogumelos, queijo, bacalhau, ovos, tomate, ou mel, maçã, pêra, caramelo e chocolate caseiro, são apenas alguns exemplos.

Na verdade, nunca provei nenhum – shame on me – mas a julgar pela quantidade de crepes que vejo a serem servidos de cada vez que lá estou, aposto que maus não são de certeza. Quanto aos preços, na sua maioria, rondam os 5 euros (pode parecer muito, mas o tamanho dos crepes é considerável).

A simpatia é uma constante e o espaço é amplo o suficiente para que mesmo quando todas as mesas estão ocupadas não sintamos o desconforto típico de cafés a abarrotar. Nos dias mais quentes, as portadas abertas fazem com que entre pelo Infusão uma luz bonita e uma brisa agradável; nos dias mais frescos, a luz baixa e torna o espaço aconchegante.







Infusão
Rua da Trindade, 7Chiado, Lisboa
Horário
De Segunda a Quarta: das 11h às 22h
De Quinta a Sábado: das 11h às 02h


12.18.2011

Pinterest


Provavelmente até aqueles que mais gostam de looks decorativos clean e simples, muitas vezes necessitam de estar rodeados dos que os inspirem. É para isso que servem, por exemplo, os mood boards: para reunirmos num espaço todas as inspirações quantas as que lá couberem. Mas nem todos querem ter tal coisa na parede de casa ou têm paciência para o “corta e cola”.

Solução? O Pinterest. Estão a imaginar os quadros de cortiça que, por norma, são pendurados junto às secretárias e onde colocamos os lembretes ou fotografias das viagens da nossa vida? O Pinterest é parecido, mas mil vezes maior (e com maior liberdade). É um website onde armazenamos tudo o que nos inspira. Sem limitação de espaço, género ou feitio.

Tudo o que de mais bonito encontrarmos no fantástico mundo da web podemos ali organizá-lo e ainda partilhá-lo, permitindo assim que possamos vasculhar as inspirações dos outros, criando-se um círculo vicioso onde uma nova descoberta dá acesso a outra e outra e outra. E, no fim, somos capazes de acabar com interesses novos sem darmos por isso. Ou então acabamos pasmados por existir alguém com interesses tão semelhantes aos nossos.
E a ideia por trás do Pinterest é precisamente tão simples quanto isso: a equipa responsável por este projecto acredita que um livro, receita ou peça de roupa pode vir a revelar uma ligação entre duas pessoas.

A organização das imagens (sim, no Pinterest as inspirações têm de ser imagens ou estar representadas nestas) é feita através de categorias, catalogadas por nós, que são, nada mais nada menos do que pequenos quadros temáticos – pinboards – dentro do grande quadro geral.

Vamos à terminologia e aos aspectos mais técnicos da coisa:
Um pin é uma imagem adicionada ao site. Podem adicioná-la através de um website (o que permite que as outras pessoas tenham conhecimento da fonte) ou fazendo o upload directamente a partir do vosso computador.
Um board é um conjunto de pins (sem limite de número), que pode ser sobre qualquer tópico à vossa escolha ou então sobre tópico nenhum.
Fazer um repin é o acto de adicionar a um board nosso uma imagem que tenhamos encontrado já no Pinterest. Outra opção é fazer somente like, não adicionado a imagem a nenhum conjunto em particular.

De momento, para criarem conta no Pinterest necessitam de pedir um convite. Ou à equipa do próprio site ou a alguém que já faça parte da “comunidade”.

Pode não parecer o website mais fácil do mundo quando lá entramos pela primeira vez, mas depois de lhe apanharmos o jeito é viciante. Pura e simplesmente pela quantidade de imagens lindas que por lá encontramos. E, claro, porque a possibilidade de termos num cantinho tudo (ou quase tudo) o que nos inspira e que podemos visitar sempre que quisermos ou precisarmos é tentador.
Já para não falar que, mesmo sem imagens bonitas a preenchê-la, o design da página é, por isso só, muito interessante.

Experimentem! Criem a vossa wishlist de qualquer coisa, juntem as vossas comidas preferidas, os livros que querem ler, as cidades que têm de conhecer, qualquer coisa. E de seguida digam quantos pins depois perceberam que o Pinterest era amor para a vida.